historia do tuning no Brasil
O desenvolvimento da categoria no
Brasil
teve maior reconhecimento após o lançamento e consagração pública do
filme "Velozes e Furiosos". Até então, a personalização dos veículos era
limitada, tanto pela pequena variedade de acessórios e equipamentos
disponíveis no mercado, quanto pela própria
cultura.
Antes da estréia de "Velozes e Furiosos" em
2001,
o grande foco eram as competições de som automotivo, sendo a principal
tendência automotiva para aqueles que se interessavam por veículos
personalizados, e arrancada. Gradualmente, esses admiradores passaram a
dispensar uma atenção maior à estética do veículo: rodas,
neon,
xenon,
suspensão e outros acessórios, entravam na composição da nota dos
concorrentes em alguns campeonatos de som, enquanto cada vez mais na
arrancada os competidores e patrocinadores preocupavam-se, de forma
ainda discreta, com a estética de suas máquinas.
O marco da história do
tuning no Brasil, que também é o marco mundial da consagração do
tuning
como vertente cultural e atividade econômica, é realmente o filme
"Velozes e Furiosos". Após o filme, revistas especializadas de
carros tunados
e som automotivo e arrancada passaram a dar destaque não só aos
veículos "trio elétrico" ou "preparados", e sim àqueles que tinham
características da nova tendência que começava a se consolidar, o carro
inteiro preparado. Gradativamente, essa tendência foi adquirindo espaço,
inicialmente de forma isolada por aficionados por automóveis, que
transformavam seus veículos em casa, oficinas e lojas de som, com os
acessórios disponíveis no mercado, adesivos, etc. No filme, o principal
alvo de transformações são os automóveis esportivos japoneses, como
Mazda RX-7,
Mitsubishi Eclipse,
Honda Civic e
Toyota Supra.
Os carros possuíam, além da preparação mecânica, adesivos laterais,
asas (aerofólios), néon como iluminação noturna, e visual racing
(preparação para corridas). E foi exatamente o visual que mais se
destacou nos primeiros automóveis que apareceram no Brasil, pelo fato de
ser o que mais chamou atenção.
As principais diferenças com relações ao filme, que poderiam ser
considerados uma "regionalização" do estilo do filme, ficaram por conta
tanto dos veículos quanto do nível de preparação. No Brasil, boa parte
dos automóveis tunados tinha motor de pequena cilindrada, e eram modelos
compactos. A realidade de "carros populares" se transformou, pelo menos
no início, na realidade do
tuning, ao menos para a maioria dos
apaixonados por carro. As alterações mecânicas eram poucas, e como a
oferta de peças também era pequena, valia a imaginação. Por isso mesmo,
vemos carros que em 2001 eram considerados tuning, hoje totalmente
defasados, desatualizados.
Além das mudanças citadas acima, a regionalização do tunning no
Brasil gerou um novo fruto: O Lixuning. Trata-se de uma série de
modificações bizarras e de mau gosto introduzidas no veículo, longe do
equilibrio estético proporcionado no Tunning. No Lixuning, os carros
costumam ser socados ao máximo, ser cobertos de adesivos de "manos vida
loka s.a", combinações bizarras de peças como lanterna de Ecosport e
farol de Celta em Fusca, rodas orbitais em Palio, entre outras
modificações estéticas de gosto duvidoso. É, esse é o Lixuning!
Hoje, o movimento no Brasil tem mais força, atrai mais investimento, e o mercado é crescente. É possível ver
Volkswagen Gol, um carro voltado para o mercado nacional e alguns países da América do Sul,
Chevrolet Corsa, que não existe nos EUA, mas é presente no mercado e também é alvo do tuning na
Europa, até o
Nissan 350Z, um esportivo de ponta, japonês, e um dos maiores ícones do mercado atual.
Apesar de serem os esportivos japoneses da década de 90 os precursores do movimento
tuning
como ele é conhecido hoje, o mercado japonês é mais fechado. O estilo
JDM (Japan Domestic Market) não é tão divulgado. Apenas conhecedores do
assunto tem contato com ele, sabem o que significa. Enquanto no Japão o
estilo consagrado pelo filme "Velozes" evoluiu, e muito, para o resto do
mundo as tendências são outras. Por vários motivos. Os esportivos
japoneses são pouco exportados. O
drift,
movimento automobilístico lá consagrado, não é difundido em larga
escala. Em contrapartida, vê-se a toda hora clipes de música Black, ou
Hip Hop, com carrões americanos, todo o ambiente de ostentação, e suas enormes rodas (o estilo
DUB). E é aí que se encontra o
Brasil: descobrindo seu próprio caminho em meio às vertentes mundiais.
Os estilos são variados e aumentam a cada dia. Para o japonês, existem o
Vip Style,
que são carros de grande porte, luxuosos, não necessariamente muito
potentes ou novos, e com suspensão muito baixa, ou o JDM, que tem os
carros mais parecidos com os do filme, e voltados em grande parte para o
drifting.
Os europeus têm diversos estilos, diferentes de país para país. Alguns países têm projetos semelhantes aos brasileiros, como
Espanha e
Portugal, Já os adeptos do tuning nos
EUA,
vêm ditando as regras, graças à qualidade tecnológica, aos grandes
investimentos. Mas o principal fator, atualmente, é a ascensão do Hip
Hop na música,